terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Atividade Paranormal

Atividade Paranormal está sendo anunciado como o filme mais assutador dos ultimos tempos muito antes mesmo de seu lançamento. A Paramont investiu pesado em divulgação, Steve Spielberg entrou como produtor executivo neste longa feito com modestos recursos,entretanto o resultado é decepcionante.
Há dez anos atrás entrava em cartaz A Bruxa de Blair, toda a estratégia de marketing foi anunciar na internet, que naquela época não cobria nem um terço dos locais que cobre hoje, e na mídia convencional que tratavam-se de gravações reais,o que se veria no cinema era o testemunho verdadeiro de uma tragédia nos EUA. Três jovens vão acampar e documentam a viagem com cameras amadoras,eles se perdem e coisas muito estranhas acontecem sem que nada apareça de concreto na tela a não ser o medo e barulhos,por fim depois de um dos garotos ter desaparecido,os ultimos dois encontram sua sorte em uma cabana abandonada e a ultima imagem que temos é a da camera caída no chão focalizando uma parede cheia de marcas de mãos de crianças.Foi um sucesso instantâneo e mostrou que uma idéia na cabeça e uma câmera na mão também servem para filmes de terror e que o marketing de guerrilha funciona muito.
Voltemos à 2009 e Atividade Paranormal. O longa parte do mesmo pincípio de A Bruxa de Blair,trata-se de uma história verídica gravada pelo casal vítima em sua casa. Existe apenas uma câmera manipulada pelos atores ou presa a um tripé no quarto. A protagonista é "perseguida" esporadicamente por algum tipo de entidade desde criança,como agora as manifestações voltaram seu namorado resolve comprar uma câmera e registrar tudo o que acontece na casa,principalmente enquanto dormem. Como no longa de dez anos atrás o diretor parte muito da sugestão,não vemos o que a perturba,ouvimos barulhos,a luz acende,a televisão liga,no máximo temos uma sombra que aparece rapidamente,mas ao contrário do precursor falta ritmo e os noventa minutos parecem mais, pois se em A Bruxa existia uma lenda e uma floresta, motes que por si só já assutam e que possibilitam movimentação, aqui temos uma casa que não possibilita muita ação e uma história capenga que em muitos momentos não se sustenta. A maior parte da narrativa se passa à noite enquanto dormem,então o que temos é uma grande angular pegando o quarto inteiro com os dois personagens dormindo e a visão do corredor, derrepente algo se manifesta,mas o timing não é tão certeiro a ponto de sempre nos assustar,às vezes chega a ser previsível e os intervalos são muito longos entre uma ação e outra. Soma-se a tudo isto o fato de hoje em dia com a quantidade de informações que temos acesso ninguém cair no truque de que se trata de uma história real e assim suas possíveis falhas serem encobertas pelo voyerismo macabro. Os ultimos vinte minutos são bem melhores que o filme até então, existe agilidade, a história desenrola melhor, atinge o clímax e vai ficando assustadora, se tivesse mantido o ritmo desde o começo com certeza os espectadores quando voltassem para casa iam pensar duas vezes antes de se deitar.

domingo, 20 de dezembro de 2009

Britney Murphy

De patinho feio à mulher estonteante,este foi o caminho hollywwodiano de Britney Murphy. Infelizmente com a transformação vei também a mudança de casting e de atriz promissora passou para filmes sem importancia e bobos.
Em Garota Interrompida a atriz não deve nada às duas colegas bem mais famosas e badaladas Winona Ryder e Angelina Jolie. Britney no papel da bulêmica Dayse está perfeita e cria um ponto de tensão para as personagens de Jolie e Ryder. A sequencia em que as duas "amigas" fugitivas do sanatório pedem abrigo à garota recém-reabilitada é o ponto alto do longa. Vemos o ódio de Angelina Jolie,solitária e que tenta ir contra todas as convenções, direcionado à garota que tenta desesperadamente viver o sonho americano da classe média puritana, em sua nova casa,com seus móveis bonitos,sua vida "perfeita" e entre as duas Winona sem muito bem saber para que lado pender. Ela ri de Dayse pela farsa encenada por esta,mas se assusta pela virulencia de Jolie quando esta escancara a encenação,revelando a tragédia da garota bulêmica,vítima de abuso sexual por seu próprio pai. Britney constrói a tragetória da personagem de maneira firme e certeira. Quando está no sanatório,é a garota mimada e irritante,porém com um lado patético que disperta no publico se não a sensação de pena,a percepção de que algo bem errado acontece . Na virada da personagem, a temos em casa,pior,de menina energética e birrenta ela passa a um simulacro de dona de casa norte-americana,alheia á tudo, com um olhar que vaga pelas coisas e pelas pessoas. Nada vai bem e a personagem de Angelina Jolie só vem para acender a faísca que precisava para uma tragédia anunciada.A partir do suicídio de Dayse o filme atinge seu clímax.
Isto foi em 1999, nesta década Britney abandona os quilinhos a mais,torna-se loira,aposenta o lado esquisitona e parte para comédias romanticas bem ruins. Uma pena.
Morta hoje aos 32 anos Murphy tinha talento de sobra para mostrar à Hollywood.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Cavaleiro das Trevas

Post de 01/08/08 do meu outro blog. Estava relendo os escritos e resolvi compartilhar esta resenha nada ortodoxa aqui.

Quando era criança eu gostava de brincadeiras de menino,ou seja carrinhos e bonequinhos de super-heróis,na época a Liga da Justiça era um dos desenhos mais legais que passava na tv,o Batman e o Robin eram os coadjuvantes, o grande star era o super-homem,eu gostava do homem de aço mas não tinha o bonequinho dele em compensação tinha o do homem morcego e garoto prodígio,mas essa dupla era meio chata principalmente o garoto com o seu "macacos me mordam Batman",mas o seus vilões..ah estes eram imbatíveis!!Eu tinha os bonequinhos do Pinguim e do Coringa, adora,achava o máximo aquelas duas figuras estranhas e perversas.Vieram os filmes,não gostei, nem dos Tim Burton,mas amei os vilões.O Coringa de Jack e o Pinguim de De Vitto eram os vilões mais legais de todos os tempos,faziam parte claro do mundo sombrio e expressionista de Burton, havia humor neles,sadismo,mas eram como meus bonequinhos:estranhos,de aspecto diabólico,mas nunca duvidei nem por um segundo que o morcegão os derrotaria!Mas aí veio O CAvaleiro das Trevas...
Eu duvidei por todo o filme que Batman derrotaria o Coringa,nenhum,absolutamente nenhum personagem estava seguro,e quando voce acha que até os good guys podem bater as botas e toda cidade de Gottam pode explodir é se segurar na cadeira, roer as unhas e sentir seu coração bater forte muito forte,e é ótimo!Qulaquer filme de super-herói voce espera que no final tudo aconteça conforme o planejado:o mocinho vai apanhar,a mocinha vai ser raptada pelo vilão,mas no final a cidade é salva, todos ficam bem e a mocinha beija o mocinho no final.Entretanto quando existe um psicótico que nas palavras do sábio Alfred quer ver é mais o circo pegar fogo,não existe regra que possa ser aplicada.Para tentar vence-lo é preciso queimar tudo,é preciso se tornar o anti-herói,é preciso se tornar em certo sentido o proprio Coringa!
Por sinal esse Coringa de Heath Leager me pareceu a versão blockbuster da dupla de Funny Games,tão perverso e anárquico quanto,mas feito dentro da industria Hollywoodiana,ou seja a própria lógica do filme não permite arroubos tão cruéis.
Grande filme,mas me pergunto o que será do próximo Batman sem a sua metade?