quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Os Melhores da Década


Quem não gosta de uma lista?Que o diga Rob Gordon! Por isso o cenas resolveu fazer a sua própria lista dos 10 melhores filmes da década.Sempre dificil,e com uma generosa dose de subjetividade porque querendo ou não os gostos entram na jogada!Portando não será uma lista com classificações,são os 10 melhores e ponto,sem primeiro,segundo lugar,cada um que de a sua posição!

AS HORAS
O livro de Michael Cunniham é fantástico e a adaptação para o cinema pelo ótimo David Hare é primorosa. Tudo se encaixa no longa,direção,edição,fotografia,direção de arte, a maravilhosa trilha de Phillp Glass,mas o que realmente impressiona é a atuação do casting,Julianne Moore como Mrs Brown tem a melhor atuação da década!

DOGVILLE
Lars Von Trier faz uma obra-prima ao ir fundo no distanciamento bretchiano, através do simbolismo teatral ele conta sua história no local onde magia e realidade andam juntas,no cinema. Quem mais faria uma cidade desenhada com giz ganhar vida na tela! Ótima fase de Nicole Kidman também.

A PROFESSORA DE PIANO
Michal Hanake e Isabelle Huppert,como dar errado?Sufocante,tenso,angustiante,sádico e obrigatório. Trata-se de um filme de ator,o diretor austríaco permitiu a atriz criar e mergulhar fundo no universo perverso da professora.

CIDADE DOS SONHOS
Depois de Twin Peaks, Cidade dos Sonhos foi que alçou o diretor a estrela pop,listas para entender o filme foram criadas nos EUA. Bobagem pura,é só embarcar no enredo policial surrealista e se deliciar com a nova estrela em ascensão Naomi Watts. Silencio,silencio,no hay banda,no hay orquesta já se tornou uma das frases mais famosas do cinema.

ENCONTROS E DESENCONTROS
Muito melhor que seu filme de estréia, Sophia Coppola acertou a mão nos atores escolhidos para personagens principais,o então decadente Bill Murray e a desconhecida Scarlett Johanson, nas cores pastéis do universo habitado pelos personagens,pelo tempo estendido das cenas,pela trilha melancólica. Assitir sozinho o filme numa sessão no meio da tarde com 2 ou 3 gatos pingados é desolador e impossivel de não se sentir como o casal.

EDIFICIO MASTER
Vale pelo simbolismo de ter Coutinho voltando com força ao cinema,pelo seu estilo de documentário de achar personagens únicos e extrair deles o mais interessante.

CINEMA,ASPIRINAS E URUBUS
Belíssimo,fotografia ímpar e o nordeste não é apenas um cenário escolhido como modinha para que o filme fosse feito,é personagem também,os personagens,o road movie tudo se encaixa perfeitamente!

BASTARDOS INGLÓRIOS
Tarantino virou muito pop e seus filmes super produções como o caso de Bastardos Inglórios,com elenco espetacular várias locações. O longa é espetacular cinematograficamente e Tarantino salva os filmes históricos de si mesmos!

MATCH POINT
Woody Allen faz sua grande obra prima ao decidir sair de Nova York. O conceito trágico de destino que o instiga em suas peças e em alguns de seus filmes encontra a forma perfeita ao relacioná-lo com o trágico em Dostoiévsky. Brilhante!

O CAVALEIRO DAS TREVAS
Sempre tem de ter espaço para um blockbuster e O Cavaleiro das Trevas é o escolhido. Filme bem feitinho,Cris Bale já tinha se mostrado um bom Batman,Michael Cane como Alfred cria um contraponto blasé na medida para o intenso Bruce,mas claro que o longa não seria nada sem o personagem do Coringa,pontos para o entendimento do roteirista para o vilão,mas aplausos calorosos para a contrução inacreditável por parte de Leadger!






domingo, 12 de dezembro de 2010

Machate


Um filme que tem como vilão Steve Segall merece muito respeito.Imagine todos os filmes ruins que voce já viu,o cliche, o herói solitário que vive apenas para vingar a morte de seus entes queridos,não tem nada a perder,é matar ou morrer,e o vilão é um bandido inescrupuloso que faz qualquer coisa por ganancia. Machate é tudo isto,só que ao invés de levar a sério todo este arcabouço de referencias Bs,torna-se uma grande piada.
Rodriguez refere-se aos filmes policiais latinos da década de 70,uma espécie de faroeste mexicano,aos filmes de luta dos anos 80 que tem Steve Segall como o herói supremo e as gangs como as grandes vilãs, e aos filmes de Tarantino com a violencia exagerada e comica.Assim como seu grande amigo e parceiro, Robert Rodriguez flerta com o kitsch, o alternativo do alternativo,a ultra violencia, o popular, os quadrinhos,para depois juntar tudo num caldeirão pop e voi lá temos os seus filmes.Entretanto o que difere o diretor de seu parceiro de "pulp fictions" é sua pegada mais latina,mas quente,intensa,viceral,enquanto Tarantino é mais cômico,mais ácido em sua violência. Outro ponto de divergencia entre os dois é a sexualidade das personagens. Em Tarantino é mais sugerida,em Rodriguez a sensualidade é reiterada a todo momento,ele brinca com fantasias e todos os cliches possíveis e imagináveis, a dupla caliente e antagônica Michelle Rodriguez e Jessica Alba é coptada pelo ogro sensível Machate e ambas caem de amor pelo "feo", na outra ponta temos a patricinha desmiolada,drogada que não possui muito local na história ao não ser o de fazer Lindsay Lohan rir de si própria.Atores decadentes ou outsiders sempre possuem espaço no imaginário Tarantino/Rodriguez.
Podemos ver Machate também como filme político por discutir um tema muito atual da agenda americana,a imigração. Com a lei anti-imgração do Arizona nos holofotes, o debate sobre como tratar esta minoria que cresce rapidamente no país, não perdendo de foco a liberdade e democracia tão caros a constituição norte-americana ( país feito de imigrantes,aliás) está em todos os meios de comunicação. O longa de Rodriguez coloca o dedo na ferida ao mostrar que a política whasp é financiada pelos próprios cucarachos que eles querem se livrar,ao deixar claro que ideologia nos dias atuais não conta mais e tudo é pensado em lucros e que o problema sério e grave do narcotráfico não é em hipótese alguma um problema para o lado de lá da fronteira.
Mas no final,trata-se mesmo é de uma boa brincadeira!


quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Um Quarto em Roma

Imagine um filme em que duas pessoas viajando pela Europa se encontram num bar,flertam e acabam no hotel de uma delas.É a ultima noite de ambas na cidade,depois cada uma seguirá seu rumo. Aquelas horas são unicas,sem nunca terem se visto e sabendo que nunca mais se verão,o casal pode ser quem quiser,strangers in the night,momento propício para fantasias serem criadas,novas máscaras. Uma relação que não precisa necessariamente passar pela verdade mesmo num momento de tanta intimidade,entretanto quanto mais se envolvem sexualmente mais se envolvem emocionalmente também e verdades nunca reveladas a ninguem podem ser contadas ao confessor estranho.
Tudo para ser um bom filme certo?Pois Um Quarto em Roma falha miseravelmente. Um colcha de conflitos entre uma cena de sexo e outra não consegue dar peso ao filme,existe uma tendencia em aprofundar o drama,como se em cada momento as duas mulheres se enredassem mais,entretanto só é sugerido pois as ações continuam superficiais,sexo e mais sexo,pausa para uma conversa rápida e mais sexo. Tudo isto permeado de péssimo mau gosto na escolha de uma trilha sonora exagerada que pontua nos momentos errados dando um tom comico a tudo aquilo,uma camera afetada que procura sempre os enquadramentos mais estéticos mas muito gratuito,sem que haja um porque realmente cinematograficamente.Soma-se a tudo isto uma conversa sem pé nem cabeça sobre a Historia de Roma e dos Gregos.
No final me pareceu um comercial mal feito da Microsoft,pois tudo gira em torno do site de busca deles,o bing,que torna o elo de ambas com o mundo real e consequentemente com suas histórias "reais".