segunda-feira, 28 de junho de 2010

Guerra ao Terror

Muito se falou de Guerra ao Terror quando de filme sem nenhuma importancia,tendo sido lançado diretamente em dvd aqui no Brasil, se tornou o longa do momento com 9 indicações ao Oscar e levou 6 estatuetas para casa batendo o favorito Avatar. Isto significa que o filme é melhor do que seus concorrentes ou na verdade os candidatos eram fracos e pode ter sido uma opção política,como foi a Palma de Ouro de Michael Moore?Assistindo ao longa, a segunda opção parece ter mais sentido. Trata-se de um bom filme de guerra,mas não vai além disto.
A camera digital na mão lhe confere um ar de documentário,não quer como os caros longas de guerra espetacularizar o conflito,mas sim mostrar o lado humano dos soldados que cumprem sua missão. Se deter naqueles que vão para o campo de batalha não é nada novo, temos pelo menos meia duzia de filmes sobre Vietnã que se detém sobre este assunto,o próprio conflito no Iraque serviu para alguns longas com este tema como Soldado Anonimo,mas ao contrário dos desarmadores de bombas que enfrentam uma dura rotina dia a dia, estes ficaram um uma espera eterna pelo combate. Séries de tv norte-americanas também trataram de maneira mais profunda ou superficial a dureza de ser um combatente,os efeitos psicológicos provocados naqueles que tem suas vidas ameaçadas a cada segundo e como é a adaptação à vida comum. Trata-se de um assunto polemico,com consequencias devastadoras para a sociedade norte-americana e é legitimo que queiram esgotar o assunto.
O roteiro tem seu ponto forte em deixar explícito a tensão constante daqueles soldados que são mandados para o outro lado do Oceano em nome de uma democracia,mas são visto como inimigos por toda a população e pior, veem naqueles que devem proteger o inimigo em potencial. Estão no Iraque pelos Iraquianos,mas tem medo,não exergam particularidades,apenas generalizam. Qualquer movimento em falso pode custar a vida. Uma sequencia que demonstra a complexa relação entre os dois lados é quando chamados para desativar uma bomba,os tres soldados levam junto um coronel médico que não está acostumado ao campo de batalha, enquanto os subalternos entram no prédio tensos para desativar mais bombas,a alta patente fica do lado de fora conversando cordialmente com os nativos e pede para que eles saiam do raio de ação do exército pois pode ser perigoso,sua atitude é oposta a de todos os soldados ao longo do filme que já ameaçam com suas metralhadoras qualquer um que se aproxime, sua recompensa em tratar bem os iraquianos é explodir devido a uma bomba caseira deixada pelos homens. Isolada a cena pode parecer propaganda pró ocupação, todos os iraquianos são maus,mas dentro do contexto narrativo deixa toda a situação mais embolada.
O longa perde pontos justamente por causa do personagem principal, o típico "white trash",sem lugar na sociedade americana, é a versão século XXI dos cowboys,durão, pronto para briga e "gente boa",vive da adrenalina e como não tem nada a perder é o soldado ideal para uma guerra.
Sim trata-se de uma crítica contudente ao "american way of life",o sol não é para todos e são estes que por não terem nada a perder arriscarão suas vidas. Entretanto ao final do filme o discurso politico vai ganhando mais peso do que o cinematográfico e acaba por diminuir sua força.


sexta-feira, 11 de junho de 2010

A mulher de todos

Um prenuncio da porno-chanchada A Mulher de Todos é o segundo longa de Sganzerla. Acompanhamos as aventuras sexuais e Angela Carne e Osso. Não existe um fio narrativo condutor, os amantes perpassam em sua vida e ela como uma boa vamp devora a todos.
Um filme que beira ao non-sense,extremamente viceral.
Sganzerla continua utilizando-se da narração em off para ponturar o filme. Experimenta a fotografia p&b, colore o filme de vermelho e azul como os antigos filmes mudos.
Uma crítica ao individualismo extremo da sociedade "boçal" daquele começo dos anos 70, ao hedonismo exarcebado, como o narrador coloca só existe liberdade individual se existe a coletiva.

Documentário

Primeiro curta de Sganzerla, Documentário é uma homenagem ao cinema. Dois amigos flanam pelo centro de São Paulo sem saber o que fazer,falando de musica,quadrinhos e principalmente cinema.
Se Sganzerla dará um pouco mais tarde uma entrevista dizendo ser preciso destruir Godard neste filme o cineasta frances é referencia,no flanar da camera, no consumo de notícias e cultura pop pelos dois personagens amigos,no carater predominate discursivo do curta.
Um registro da metade da década de 60 brasileira,da juventude um pouco perdida que ve a revolução como maneira de evitar o tédio,que não ve o cinema como manifesto político ( um dos personagens diz que o cinema italiano já era) mas uma maneira de se expressar,não importa se com recursos ou não.
O que conta conclui um dos garotos é o que está na tela.

Ocupação Rogério Sganzerla

Desde o dia 8 de junho o Itau Cultural apresenta a Ocupação Rogério Sganzerla com exposição,filmes,debates e conteúdo online,para saber mais basta entrar no hotsite do instituto.
O Cenas Escolhidas fará um breve relato dos filmes exibidos na mostra.