quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Fernando Solanas em São Paulo hoje

Na noite de ontem ocorreu a abertura de um dos eventos mais importantes da área de Cultura, que é o "II Congresso de Cultura Ibero-americana". Aí você se pergunta porque invadi o blog de cinema para falar disso afinal de contas?
Bem, já respondo... Hoje à tarde haverá a conferência de um dos mais importantes cineastas argentinos de todos os tempos: Fernando Solanas!
Responsável por um dos cinemas mais aguerridos, com uma grande capacidade de discernimento estético e também político, aliás, um dos fortes candidatos à presidência hermana nas próximas eleições... Mas isso não vem ao caso, o que merece a nossa atenção é sua obra cinematográfica, que teve início com o impactante documentário "La hora de los hornos" (1968), lançado durante uma das várias ditaduras deles é até hoje referência de não-ficção política.
Com quase quatro horas de duração, o filme é dividido em três partes entituladas: “Neocolonialismo y violencia” (o mais conhecido); "Acto para la liberación" (dividido por sua vez em "Crónica del peronismo (1945-1955)" e "Crónica de la resistencia (1955-1966)") e por fim "Violencia y liberación". Chamado de cinema revolucionário, para ser exibido fora das salas convencionais, em fábricas e outros lugares onde os trabalhadores estivessem, a película foi realizada dentro do grupo "Cine Liberación", que fomentava a revolução contra o governo militar.
Nesse momento está sendo lançado no Festival do Rio seu novo filme, que faz parte do projeto de uma série de dez documentários, que buscam entender a nação argentina dos últimos anos, através da história da ferrovia nacional. O título: "Tierra Sublevada. Parte 1 - Oro Impuro", que espero vê-lo em breve nas nossas telas...

Tudo bem, estamos em períodos em que os idealismos até utópicos sessentistas não nos servem mais por uma série de razões sócio-históricas, mas não deixa de ser interessante olhar o resultado cinematográfico de um pensamento. Como uma arte pode ser arma de luta de uma geração em determinado espaço-tempo...
Por isso estou tão empolgada com a possibilidade de ver e ouvir o que esse senhor que ainda transborda sonhos de um mundo melhor tem a nos dizer, daqui a algumas horas no Sesc Vl. Mariana...
Vou indo, senão me atraso e daí não tenho o que contar depois...

Volto com novidades!


Painel 1: O audiovisual e a identidade
Dia 1º de outubro, das 15h às 17h

Os meios audiovisuais de comunicação e de expressão constituem uma área fértil para a problematização de questões relacionadas à identidade e à diversidade cultural. Este é um campo em que as contradições entre padronização e diversidade cultural mostram-se mais nítidas, evidenciando as esferas de poder e as trocas simbólicas envolvidas no processo. Nessa perspectiva, este painel pretende retomar a memória e aprofundar as discussões ocorridas no I Congresso de Cultura Ibero-americana, que esteve focado precisamente nas linguagens audiovisuais e, em especial, no cinema.
Participantes

» Fernando Solanas (Argentina)

Cineasta e roteirista. Dirigiu Sur e El Exílio de Gardel (Tangos), entre outros filmes.

» Jorge Ruffinelli (Uruguai)

É professor na Universidade de Stanford, nos Estados Unidos. Autor de livros sobre crí¬tica literária e cinema, entre eles a Enciclopedia del Cine Latinoamericano.

» Omar Gonzáles Jiménez (Cuba)

Presidente do Instituto Cubano de Arte e Indústria Cinematográfica. Poeta e jornalista, foi editor do jornal El Caimán Barbudo, do Instituto Cubano do Livro, do Conselho Nacional de Artes Plásticas e vice-ministro de Cultura.

» Orlando Senna (Brasil)

Cineasta e jornalista, foi Secretário do Audiovisual do Ministério da Cultura (2003-07), e diretor geral da TV Brasil (2007-08)

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